No primeiro dia, a Semente recebeu-nos com umha sorpresa: na caixa de correios, um pacote com um selo dum país mui mui afastado, Curdistam. No seu interior as crianças descobrérom o Pichelinho, um novo amigo. Pichelinho está inspirado no logo da Gentalha do Pichel, e o seu nome lembra o alcume popular d@s compostelan@s: Picheleir@s. Pichelinho apresentou-se com um grande sorriso e um estranho sotaque na fala: -Querro aprender a falar galigo. Querreis ajudarr-me? E as nenas e os nenos da Semente, os que sempre falam galego, as que falam galego quase sempre e as que falam quase sempre castelám dixérom-lhe que si: Vamos ajudar-te a falar como nós! Depois, os nenos e as nenas mostrárom-lhe os diferentes lugares da Semente ao novo amigo e aprenderom-lhe as primeiras palavras: –          Este é o banho… –          E isto com se chama? –          É o grifo… –          Si? –          Bilha, é a bilha! Pichelinho quer aprender a falar como nós e nós vamos aprender-lho. Ademais, Pichelinho também nos dixo que el vai aprender-nos algumhas palavras que vaia aprendendo. Reflexom A Semente é um centro fundamentado numha das raízes da criatividade: a diversidade. E a diversidade de actitudes, competéncias e usos lingüísticos caracteriza -como nom podia ser doutro jeito num contexto social de conflito lingüístico e cultural- as crianças que participam neste projecto. Os primeiros dias é importante ir construíndo os caminhos da nossa identidade, das nossas identidades. E umha delas é a identidade lingüística. Semente quer construír-se como um espaço galeguizador com dinámicas grupais e individualizadas favoráveis e transformadoras a respeito das motivaçons, actitudes e afectos, os conhecementos e competéncias e os usos na nossa língua. Pichelinho aparece como um personagem cotiá que, no imaginário infantil, na realidade fantástica das crianças, facilita o cámbio lingüístico das nenas castelám-falantes, melhora as competéncias lingüísticas e activa actitudes sociolingüísticamente proactivas.  É, em termos de dinamizaçom lingúística, um facilitador. Na Semente queremos aprender gozando, e gozar aprendendo. E queremos aprender a mudar a realidade. Pichelinho hoje conseguiu dar um grande passo: abrir um espaço para a expressom em galego, -um espaço de seguridade, espontaneidade e certa normalidade-  numha criança habitualmente castelám-falante. O primeiro dia de aulas, todas as crianças fôrom profes de língua. Benvido á Galiza, Pichelinho!