A crónica das Salvadas

Andava a passar fotografias ao computador e reparei que nom tenho tanto material gráfico como noutras ocasions, ainda assi eis um pedaço do muito que aconteceu. Um anaco escasso, suponho, que representa umha parte nada mais, insuficiente penso, do dia a dia nesta nossa escola. Certamente fôrom meses duros, com mais água e menos saídas do que gostamos, com novidades e novas chegadas de crianças. Damos formalmente na rede a benvinda ao Ícaro, que chegou para lembrar-nos o que é o desafio de medrar neste mundo tolo. Benvindo Icarinho, benvindo! Hoje sairemos fora? Hoje hai-che muito vento… Hoje sairemos fora? Hoje andamos muitas doentes ou tentando recuperar-nos… Hoje…. E assi! Isso si, um cinema sempre pode ajudar a levar longas jornadas de água. Preparar a sala, escolher o filme, fazer os cartuchos para as pipocas, cozinhar as pipocas, fazer as partes… e dar-lhe a reproduzir! Hoje sairemos fora? Hoje…siii! Hoje nevou! A Marga foi às carreiras recolher algo de neve que sobrevivera ao passar das horas e o pai da Sainza chegou com o carro cheio dela. Durou o que dura un respiro, mas num respiro que bem se sente umha, que bem se passa… Romper a rotina, remodelar espaços, incluir novos materiais… todo o que precisemos para fazer esta escola mais nossa. Fai algum tempo a família de Alán cedeu-nos umha nova equipa de música e com isso e uns auriculares encontramos novos jeitos de escuitar música, relaxar e evadir-nos quando queremos. Ainda lembro a cara do Xes a primeira vez que os pujo, todo alegria. Também o Fuco pintando e escuitando, o Duarte relaxando, Ícaro atento, a Iria aguardando a sua vez, o Tiago dando um concerto… E chove ou vente, ou mesmo neve, aqui continuamos reunindo-nos cada manhá para medrar em colectivo. Conhecendo o mundo, descobrindo-o. Continuamos a experimentar e a enredar… E depois deixamos todo a jeito, que somos de arrumar… Estou a lembrar agora a Lía, que hai tempo pediu-me se poderia mandar-lhe umhas fotos dela com a sua amiga Carme à sua mae e pai. Tardei, em geral som de tardar, mas mandei-lhas. Eram com um desenho que figemos da Rosalía. Pouco depois estando ela de férias em Rianxo mandou-me umha mensagem de voz e outra foto dela com umha estátua que disque também era da Rosalia. Ir fazendo família e reconhecer-nos umhas nas outras é o que tem. Estou pensando eu que para sermos justas nom todo foi água e neve neste tempo, que também deu para pôr os alhos, pôr  a jeito o exterior entre todas, fazer algumha saída, comer os caramujos de Elvi, tratar de Chicaleta e Pirula, receber a Maré… Ah, e tenho tambén por aqui algumhas fotografías do entruido com que vos deixo até a vindoura, que na Semente somos muito de celebrar, da alegria, das nossas festas todas e estávamos impacientes pola chegada do Entruido e chegou e foi-se… Figemos de todo: Celebramos o domingo oleiro, contamos sobre el, vimos algum vídeo, também conhecemos o ofício dos oleiros, os apeiros para o trabalho, falamos do lume e finalmente decidimo-nos a fazer as nossas próprias olas para passar um domingo oleiro ainda que nom fosse domingo. E figemos o Meco e figemos a Sardinha. Depois decidimos juntas e saiu que íamos queimar o Meco e também a Sardinha, depois de chorar-lhe… e choveu e tivemos que entrar famílias e crianças para a sala e petiscar juntas e depois parou, que a chúvia antes ou depois é de parar. Saímos, festejamos e Marga apagou o lume! Lume, Semente, e água e até a seguinte!